O crédito rotativo, associado ao cartão de crédito, pode se tornar uma armadilha financeira se não for compreendido corretamente. Neste artigo, vamos desvendar sua mecânica, as novas regras e estratégias para manter suas finanças saudáveis e livres de dívidas desenfreadas.
O crédito rotativo ocorre quando o consumidor não quita o valor total da fatura, pagando apenas o valor mínimo ou parcial. Nesse cenário, o saldo não pago é automaticamente financiado pela operadora, incidindo juros compostos e encargos até a quitação.
Embora exista como recurso emergencial, ele não deve ser utilizado apenas em situações de emergência. O contrato de crédito rotativo é firmado entre o correntista e a instituição financeira, seja um banco ou uma operadora de cartão.
A Resolução 2.624/1999 do Banco Central e a Resolução 2.844/01 do Conselho Monetário Nacional estabeleceram as bases para a prática do crédito rotativo. Em 2017, a Resolução n.º 4.549 determinou que esse recurso só pode ser mantido por até 30 dias. Após esse prazo, o consumidor deve migrar automaticamente para uma forma de parcelamento com juros menores.
Mais recentemente, a Lei nº 14.690/2023, conhecida como Lei do Desenrola Brasil, impôs teto de 100% aos juros do crédito rotativo, evitando que encargos dupliquem o valor da dívida original.
Historicamente, as taxas do crédito rotativo atingiam níveis superiores a 450% ao ano, configurando a modalidade mais cara do mercado brasileiro. Antes de 2023, um saldo de R$ 100 poderia se transformar rapidamente em quase R$ 200 ou mais, dependendo do prazo.
Para ilustrar, uma dívida de R$ 1.570 poderia ultrapassar R$ 8.657 em poucos meses sem as limitações legais. Hoje, graças ao novo teto, esse mesmo valor não ultrapassa R$ 3.140, demonstrando a importância das mudanças recentes.
As operadoras de cartão de crédito precificam o rotativo levando em conta o alto risco de inadimplência do cliente. Quem recorre a esse mecanismo costuma enfrentar dificuldades financeiras, elevando a probabilidade de não pagamento.
Além disso, o custo operacional e as provisões para eventuais calotes embutem margens maiores nas taxas, tornando o crédito rotativo uma das linhas de crédito mais onerosas disponíveis.
A partir de abril de 2017, o rotativo passou a ter validade máxima de 30 dias. Depois desse período, a instituição deve obrigatoriamente oferecer parcelamento com condições mais vantajosas.
Em 2023, a Lei do Desenrola Brasil limitou os juros cumulativos a 100% do principal, impedindo que o valor da dívida se duplique.
Quando surgir uma emergência financeira, considere:
O crédito rotativo existe como um recurso de resgate momentâneo, mas seus juros elevados podem comprometer gravemente o orçamento. Com as mudanças legais, o consumidor ganhou ferramentas para limitar encargos, mas cabe a cada indivíduo assumir o controle de suas finanças e evitar o uso recorrente dessa modalidade.
Adote hábitos de planejamento, pesquise alternativas de crédito e, acima de tudo, priorize o pagamento integral das faturas. Dessa forma, você protege seu patrimônio e garante uma jornada financeira mais tranquila e sustentável.
Referências