A educação financeira pode transformar vidas, oferecendo ferramentas para decisões mais conscientes e sustentáveis.
Educação financeira é o processo de adquirir conhecimentos, habilidades e atitudes para gerir recursos com responsabilidade. Trata-se de administrar recursos financeiros de forma consciente, visando estabilidade e realização de objetivos.
Além de prevenir dívidas e golpes, esse aprendizado fortalece a capacidade de planejar o futuro, poupar e investir de modo seguro. Em um país com 55% da população com pouco ou nenhum conhecimento financeiro, investir nessa educação torna-se essencial.
Dados recentes revelam que 39% dos brasileiros estão endividados, e 71,7 milhões figuram como inadimplentes em 2025, um aumento de 9,2% em relação ao ano anterior. Jovens da Geração Z, em sua maioria, não controlam gastos ou aplicam em investimentos pouco rentáveis.
Esses números demonstram a urgência de políticas e práticas que reduzam a desigualdade de acesso ao conhecimento financeiro.
A ausência de um currículo estruturado até recentemente contribuiu para o desconhecimento de produtos financeiros e de conceitos básicos, como taxas de juros e crédito consciente. Muitas famílias não discutem orçamento ou poupança, agravando o ciclo de endividamento.
Taxas de crédito pessoal variam de 16% a quase 1.000% ao ano, e o uso indiscriminado do cheque especial é um fator de risco constante. Sem um guia claro, a população fica vulnerável a armadilhas financeiras.
O orçamento descontrolado afeta a qualidade de vida: 49% dos brasileiros afirmaram ter aumentado gastos no primeiro semestre de 2025. Ciclos de endividamento criam ansiedade e limitam sonhos, como comprar a casa própria ou planejar a aposentadoria.
A desigualdade econômica reflete-se no desempenho escolar: estudantes de famílias favorecidas somam 86 pontos a mais no PISA comparados aos menos favorecidos. Esse gap reforça a necessidade de ações que cheguem a todos os segmentos sociais.
A Semana Nacional de Educação Financeira (Semana ENEF) mobiliza diversos setores, aproximando o tema da população. Em 2024, o mapeamento da ANBIMA identificou 229 iniciativas, com alcance ampliado: 29% delas impactaram mais de 10 mil pessoas cada.
Em 2025, 175 mil estudantes do ensino médio noturno tiveram acesso a disciplinas de educação financeira, e 41% das instituições de ensino oferecem conteúdo em disciplinas obrigatórias. Esses avanços mostram que a inclusão gradual nas escolas gera resultados palpáveis.
O modelo híbrido de ensino cresceu de 18% em 2017 para 58% em 2024, combinando encontros presenciais e plataformas virtuais. Redes sociais respondem por 73% das postagens educativas, enquanto cursos online somam 60% das ofertas.
Mais de metade das iniciativas destina-se ao público em geral, sem segmentação, mas há espaço para ampliar projetos focados em grupos vulneráveis, garantindo que o acesso chegue a todos os cidadãos.
Investir em educação financeira é investir no bem-estar individual e coletivo. Com políticas inclusivas, metodologias adaptadas e engajamento social, podemos reduzir desigualdades e preparar gerações mais seguras e independentes.
Cada real poupado, cada conceito aprendido e cada decisão informada contribuem para uma sociedade mais justa e próspera. A jornada começa agora, em todas as idades.
Referências